sexta-feira, 12 de julho de 2013

150 anos de Ernesto Nazareth*

Hoje se perguntarmos a uma pessoa o que é o tango brasileiro, muito provavelmente a pessoa dirá "não sei". Ou então pergunte quem era Ernesto Nazareth. Poucas pessoas saberão de quem falamos. Numa época em que pagodes, sambas e outras músicas populares invadem as lojas e nossos iphones, deveríamos saber que houve outra época, em que mesclar o erudito com o popular foi inovador. Um feito para grandes mestres da música brasileira, o mais reconhecido deles, Ernesto Nazareth.
Ernesto Nazareth aos 45 anos, 1908. Coleção Luiz Antonio de Almeida. Fonte: http://www.ernestonazareth150anos.com.br/Images

Há 150 anos nasceu Ernesto Nazareth. Esse homem que foi, no fim de sua vida, paciente da Colônia Juliano Moreira, é visto como um dos grandes mestres da música popular brasileira. Lugar de destaque que divide com Chiquinha Gonzaga. Nasceu em uma casa na encosta do Morro do Pinto na região do Porto do Rio de Janeiro. Seu pai era um despachante aduaneiro e sua mãe, que morreu quando Ernesto ainda era criança, a responsável por lhe instruir os primeiros ensinamentos musicais. Aos 14 anos compôs sua primeira música, a polca-lundu “Você bem sabe”, uma resposta ao pai, para afirmar sua vocação musical. Ernesto Nazareth compôs mais de 200 obras, a mais famosa “Odeon”, e a maior parte delas tangos brasileiros, que faziam parte dos Chorões, uma união de ritmos que animava as festas (forrobodós) cariocas. Ligado às músicas eruditas, Nazareth trazia em suas composições elementos populares e africanos. Passou a vida, gravando músicas, se apresentando nas casas de música, como pianista demonstrador e no salão de espera do Cinema Odeon. Foi reconhecido internacionalmente, o que não lhe privou de uma vida modesta, apesar de suas músicas terem dado lucro para seus editores. Foi casado e pais de quatro filhos. Foi compositor, instrumentista, pianista e professor de música. 

Anúncios de discos da gravadora Odeon, 1930, incluindo o 78-RPM gravado pelo próprio Nazareth contendo as peças Apanhei-te, cavaquinho e Escovado. Coleção Luiz Antonio de Almeida. Fonte: http://www.ernestonazareth150anos.com.br/Images

No decorrer de sua vida perdeu a audição e foi diagnosticado com sífilis, sendo internado na Colônia Juliano Moreira em 1933. Na Colônia, tocava piano na casa do administrador. Em 1934, depois da visita da sua filha, Ernesto Nazareth fugiu da instituição. Seu corpo foi achado três dias depois, na cachoeira da Colônia, em estado de decomposição. Era um domingo triste de carnaval. O Rio de Janeiro havia perdido um grande compositor para a morte e a loucura. 

Reportagem anunciando a morte de Ernesto Nazareth, Correio da Manhã, terça-feira, 6 de fevereiro de 1934. Fonte: http://memoria.bn.br/hdb/periodico.aspx

*Reportagem publicada no Jornal Abaixo-Assinado Jacarepaguá de julho de 2013.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Vaslav Nijinsky (1890-1950)




Fotografia assinada por Vaslav Nijinsky em Le Spectre de la Rose, fotografia de Bert, 1912, V&A Theatre & Performance Collections, Valentine Gross Archive.

Vaslav Nijinsky, um dos maiores bailarinos do século XX, já era bem conhecido em São Petersburgo, quando Diaghilev contratou-o para dançar com Ballets Russes em 1909.
Nijinsky não era uma figura cativante no primeiro encontro: ele era baixo, atarracado e fora do palco,era um pouco tímido e quieto. Na frente de um público, no entanto, ele tinha grande presença e expressividade. Sua técnica clássica era excelente - especialmente sua elevação e ballon - enquanto suas caracterizações  dos personagens  era igualmente notável. Seu gosto por papéis incomuns deu à sua reputação aspectos quase místicos. Logo, sua fama era tão grande como a de Taglioni , principalmente depois das performances nos ballets de Fokine “Les Sylphides” e “Spectre de la Rose”( neste, seu salto através de uma janela se tornou um dos mais famosos na história ballet). Ele dançou com a maioria das bailarinas famosas de sua época, incluindo Pavlova, mas suas performances mais famosas foram criadas em parceria com Karsavina. Ele também dançou com Isadora Duncan em Paris – uma experiência que teve um efeito definitivo sobre sua dança e coreografia.
Diaghilev o incentivou a tentar criar suas coreografias; ele achou o trabalho, lento e doloroso, e seus resultados foram, para dizer o mínimo, incomum. Suas danças foram baseadas em movimentos do ballet clássico, mas continham elementos da dança moderna e ritmos quebrados, ele também gostava de colocar de vez em quando qualidade tridimensional em suas produções. Em geral, suas coreografias foram recebidas com choque e controvérsia em Paris e com séria consideração, em Londres. Em” L'Après-midi d'un Faune” (1912) deixou o público surpreso (pelos pés descalços dos bailarinos e do contraste entre a marcação opulenta de Debussy e a coreografia de Nijinsky, causando um estranho constraste), e escandalizados com a cena final, a sugestiva cena  da masturbação. No ano seguinte, seu contemporâneo balé “Jeux” foi eclipsado por “Le Sacre du Printemps”. O público de Paris reagiu veemente a marcação moderna de Stravinsky e a coreografia estranha de Nijinsky , ele teve de ficar em pé na coxia fazendo a contagem do ritmo e passos, porque os bailarinos não podiam ouvir a música. Infelizmente, quase toda a coreografia se perdeu.
Mais tarde im 1913 a maior parte da Companhia do Ballets Russes  partiu para América do Sul, sem Diaghilev, que tinha um medo supersticioso de morrer na água. Durante a viagem Nijinsky apaixonou-se por Romda de Pulszky, uma jovem dançarina húngara. Os dois se casaram em Buenos Aires, em setembro. Quando a companhia voltou para a Europa, Diaghilev - em um ataque de ciúmes - atirou nos dois.
Após a Primeira Guerra Mundial (durante o qual ele foi internado), Nijinsky assinou novamente com o Ballets Russes uma série de turnês americanas em 1916 e 1917. Mas a essa altura ele já estava mostrando sinais de doença mental, com cada vez  mais e mais medo de outros dançarinos, preocupado com quedas através de alçapões e às vezes recusando-se a dançar. Sua última performance para Diaghilev foi em 1917, mas viveu em Londres por mais de 30 anos, cuidado por sua sempre dedicada esposa e ainda adorado por  muitos fãs.
(Adaptado de Judith Steeh. Hystory of Ballet and Modern Dance.)


A Sagração da Primavera - Nijinsky (1913)

Em tempo: a tradução teve a ajuda de Irmã.


quinta-feira, 14 de março de 2013

Carlotta Grisi


Esses dias tenho me lembrado da época em que dançava, e me vieram as lembranças das aulas de teoria. Elas eram realizadas em um cômodo apertadíssimo onde só entravam seis pessoas. Em homenagem à essa época, e também satisfazendo o desejo de uma amiga, decidi realizar uma série de postagens sobre personalidades do mundo do ballet. A primeira é sobre Carlotta Grisi, uma das primeiras grandes bailarinas e eterna Giselle.

Carlota Grisi

(1818-1899)


Litografia de artista anônimo. Bailarina Carlota Grisi interpretando Giselle. Paris, 1841.

Os pais de Carlotta Grisi não eram músicos, embora quase todos os membros de sua família tenham cantado na ópera. Ela também tinha uma excelente voz, mas a dança foi seu verdadeiro amor a partir do momento  em que entrou para a academia do Scala, quando tinha sete anos de idade.
Até os seus  10 anos ela interpretava seus próprios papéis, e em 1833, quando tinha 14 anos, seus pais lhe deram permissão para realizar uma turnê pela Itália. Foi em Nápoles que ela conheceu Jules Perrot, que atraído não apenas por seu talento, mas também por  sua personalidade, quieta e gentil, a conduziu ao estrelato. Perrot começou como seu professor - tão implacável e exigente como Taglione - mas ele logo se tornou seu amante também. (O casamento deles nunca foi realizado, embora ela tenha aparecido em algumas ocasiões como Madame Perrot).
Perrot garantiu-lhe espetáculos em Londres, Viena, Munique, Milão, e finalmente, no Théâtre de la Renaissance, em Paris, onde Grisi dançou e cantou em “Le Zingaro” de 1840. Um ano mais tarde, em fevereiro de  1841, ela fez sua estréia na ópera, e alguns meses depois que apareceu em sua produção mais famosa “Giselle”.
Ela e Perrot foram se afastando com o tempo e, quando suas contribuições em Giselle não foram sequer reconhecidas, ele partiu, deixando Grisi sozinha em Paris. No entanto,  a sua dança em seu próximo papel principal em “La Péri” (1843), coreografado por Coralli, trouxe-lhe um admirador devotado: Théophile Gautier. Seis meses mais tarde, a Opéra estendeu seu contrato por três anos -, quatro vezes seu salário original.
Durante os próximos anos Grisi apareceu em duas produções excelentes na ópera, tanto por “Mazilier - Le Diablo à Quatre” (1845) e “Paquita” (1846). Nesse meio tempo, ela também se tornou favorita no Teatro de Sua Majestade, em Londres, onde sua relação de trabalho com Perrot rendeu-lhe o papel-título de “A Esmeralda” (frequentemente citado com “”Giselle como um dos dois melhores balés românticos). Em 1845, ela dançou com Taglioni, Cerrito e Lucile Grahn o famoso “Pas de Quatre”. Em 1847, ela dançou como o Fogo em “Os elementos” e no ano seguinte dançou como o verão em “As quatro estações”. Após Perrot partir para a Rússia e sei substituído por Paul Taglioni, ela fez o papel título de “Electra, ou la Pléiade Perdue” (1849). Em 1850, ela fez sua última apresentação no ocidente, em “As metamorfoses”.
Logo ela se reuniu com Perrot, em São Petersburgo, onde sua popularidade cresceu lentamente, mas principalmente depois que ele foi nomeado mestre de balé em 1851. Em 1854, ela partiu para Varsóvia, onde pretendia continuar a dançar. Mas estava grávida e com o pai da criança, o Príncipe Radziwell,  que a convenceu a se aposentar quando ela ainda estava no auge de sua fama.
Felizmente instalada na propriedade que ele deu a ela em um Saint-Jean, perto de Genebra, ela passou seus últimos 46 anos em aposentadoria tranquila, junto de sua filha Ernestina e mantendo contato com alguns velhos amigos, como Gautier, sempre devotado. Grisi morreu em 1899, um mês antes de seu octogésimo aniversário.
(Traduzido de livro de Judith Steeh. History of Ballet and Modern Dance).

Grand Pas de Quatre com Kovaleva, Komleva, Yevteyeva e Galinskaya de 1968.



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Histeria: o filme

Recentemente, Namorido e eu decidimos sair da rotina trabalho - casa e decidimos ir ver algum filme decente em cartaz. Para minha surpresa Namorido escolheu um filme muito diferente dos seus padrões de qualidade: inglês, comédia, romance e com um tema muito próximo da minha área de pesquisa, a história da psiquiatria.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Depoimento de uma não amante de carnaval.


Carnaval, nem me avisem quando acabar!

Confesso! Nunca gostei de carnaval. Quando não estou viajando, prefiro ficar ilhada na minha casa. Cinco dias tentando ignorar a tota Nem mesmo neste ano, fiquei na cidade do Rio durante a folia. Decidi passar esses cinco dias em Marica
A casa de Marica! É com essas saudosas e nostálgicas palavras (plagiadas da minissérie Maysa) a que me refiro à minha doce e muito pequena habitação localizada em frente a uma linda lagoa e longe de blocos, praia, agitação, mas com um mercadinho ali do lado.
Ainda que não possua o gosto pela folia nas minhas entranhas (isto meu amigo vem de berço e é genético), simpatizo com a festa de Momo... Eu aqui e ele lá, é claro, mas ainda sim gosto de abrir o jornal e saber qual escola de samba se destacou; qual ganhou na quarta; ver as fotos dos blocos; escutar os gritos dos foliões e torcedores durante a apuração dos votos. Tentei ainda me deixar levar pela onda contagiante, não ser apenas uma espectadora, mas também atriz no meio de tanto atores...
Não deu certo... prefiro ver o espetáculo.
Então na simpática quinta depois da folia, abro o jornal atrás de fotos, fantasias, opiniões, reportagens sobre a campeã e o balanço geral da festa. Mas uma sensação, até então não manifesta, me tocou profundamente. Decepção, não, mas estranhamento. Estranhamento de que novos tempos chegaram, que a educação da mamãe foi pro “beleléu” e que este não é a mais a festa da carne, mas da bebedeira. Essa é a sensação que eu e todos os espectadores devemos estar compartilhando. Os comentários animados sobre os blocos? E a reduzida seção sobre política e economia? Ao contrário, esta se multiplicou, e eu não se pelo medo e importância da crise ou por que o Carnaval deixou de ser que era.
Eu me pergunto (e, por favor, querido leitor se puder me responda), porque as prefeituras se matam para conseguir banheiros químicos e os bonacheirões foliões defecam do lado do simpático sanitário? Por que o saudável camarada decide pagar uma nota pela aparelhagem de som e coloca-lo em frente à um hospital? E porque leitor me diga, porque saindo do eixo zona sul - centro, ao invés de tocar as marchinhas que nos encantam e animam, a programação musical é basicamente funk e música baiana. Estamos na Bahia?!
Podem me chamar de estúpida, antiquada e obtusa, mas carnaval depois da proibição do entrudo e do lança-perfume era composto de serpentina, fantasia, romances e marchinhas...
A máxima em outros tempos era “pare mundo, pois hoje é carnaval”. Ou essa máxima se perdeu e se esqueceram de me avisar ou ela esta sendo literalmente aplicada. Engarrafamentos e trânsito confuso em pleno carnaval? ! É só olhar para a zona sul. Pista de gelo no centro da cidade?! Não, é a Presidente Vargas sendo limpa pelos garis com desinfetante contra urina acumulada. Carro da polícia depredado? Ah! É o bloco do Bola Preta passando. E a praça Odylo Costa em Santa Teresa? Cenário de filme de guerra.
Carnaval sempre teve prejuízos, algumas coisas quebradas e até confusão, afinal nada neste mundo é perfeito, porém este último, especialmente, superou todas as expectativas.  A Vila foi campeã e as notícias mais comentadas eram o quão perigosos se tornaram os quase 400 blocos de rua do Rio e a monstruosidade que ficou Gracyanne Barbosa na avenida - fato que levou o fantástico a fazer a matéria "a evolução dos corpos das rainhas de bateria" - falta do que dizer no carnaval, só pode.
Cadê o Momo, a tranquilidade da festa e a serpentina?
Podem me chamar de antiquada e dizer que evoco o carnaval utópico, mas enganados estão, pois o que evoco não são as marchinhas (a única que sei é bandeira branca), mas sim a folia em si. O balanço desta semana: carnaval é hora do “beber, cair e levantar”, mijar do lado do banheiro químico intocado, improvisar concentração de bloco na porta de hospital e depredar patrimônio público ...
Desculpem-me os adoradores da folia do século XXI, mas estes exemplos não são únicos e excepcionais, ao contrário são exemplos do generalizado. Neste novo século, carnaval sem ressaca, não é carnaval. O intuito não é a diversão.Temos, portanto, uma mudança de dinastia, despoja-se a diversão e coroa-se a bebedeira. 
Apesar dos inúmeros telefonemas de desesperados ilhados em casa pedindo asilo político durante os festejos de Momo (já que blocos impediam o trânsito de pedestres e carros) e também das visitas surpresas com o mesmo fim (precedidas por churrascos improvisados, horas de conversa fiada, até o tímido pedido do visitante que era, infelizmente, recusado devido ao tamanho da minha casinha), o mais desagradável,  não foi ver homens vestidos de piranha enquanto seres de outro planeta (ou do terceiro sexo - o que preferir) de fio dental e documentos amostra alisavam-se, mas sim dois estrangeiros (crentes que ninguém entendia inglês) afirmar que carnaval era feito de mulher nua e sujeira, e é claro preferiam a primeira. Desculpem-me as mulheres, mas tive que concordar com os gringos. Dos dois é o mal menor.

Declaração de uma espectadora carnavalesca carioca sobre os festejos de Momo do século XXI.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

As maquetes sobre as civilizações fluviais - 6º ano.

Como tarefa de férias do meio do ano de 2012 solicitei aos meus alunos do 6º ano que fizessem maquetes sobre as civilizações até então estudadas: Egito e Núbia, Mesopotâmia, China e Índia. Mas não queria reproduzir apenas grandes monumentos e patrimônios daquelas civilizações. Queria algo mais complexo que trouxesse para a sala de aula representações sobre o estilo de vida daquelas sociedades.
Havíamos visto que todas essas civilizações tinham em comum o fato de terem se desenvolvido às margens de grandes rios e desenvolvido a agricultura. Procurei então que os alunos fizessem uma série de maquetes mostrando a evolução dessas sociedades, contando um pouco de sua história.
Primeiro expliquei a tarefa fazendo comparação com o jogo Age of Empires e todos os joguinhos de casinhas do facebook. Você sempre começa com uma casinha ou um cômodo e de lá vai desenvolvendo sua cidade, casa, aldeia. Para essas civilizações ocorreu algo parecido.
Depois escolhemos os grupos e as civilizações que cada grupo iria estudar. A maquete seria livre: poderia mostrar monumentos daquela civilização ( aqueles que tivessem sido construídos durante a Idade Antiga), cidades, eventos, etc. , como obrigatoriedade eles deveriam mostrar a relação da civilização com o seu rio.
No fim ficou:
- Grupo de 4 alunos: Rio Nilo e Egito e Núbia.
- Grupo de 3 alunos: Rios Tigre e Eufrates e Mesopotâmia.
- Grupo de 4 alunos: Rios Hoang- Ho e Yang-Tsé e China.
- Grupo de 4 alunos: Rio Indo e Índia.
Ao longo de um mês, os alunos trabalharam nas sua maquetes. Tiraram dúvidas com o professor e pesquisaram na internet e no livro escolar. No dia da entrega, as maquetes foram entregues com a apresentação do grupo. Eles explicaram cada elemento. O resultdao me surpreendeu, os alunos realizaram uma boa pesquisa e trouxeram maquetes bem elaboradas. No Egito Antigo e a Núbia, eles recriaram o vale dos reis com as três pirâmides de Gizé e o Rio Nilo e a zona de agricultura nas suas margens. Eles explicaram o sistema de cheias e quais os cultivos realizados. Fizeram também uma réplica da cidade proibida e platações de arroz. Por último, a Índia, os alunos mostraram como ocorreu o deslocamento da população do Rio Indo para o Rio Gangês. Fizeram o Rio Gangês e todos os cerimoniais realizados em suas margens.
Considero o resultado final satisfatório. Os alunos compreenderam a importância dos rios para o desenvolvimento das antigas civilizações e após as exposições debatemos se o mesmo ocorrer no Brasil. Falamos das hiroelétricas e do rio que passa atrás da escola, responsável pelo escoamento e fornecimento de água na região. A atividade foi importante para enfatizar a diferença entre essas civilizações e as demais que estaduríamos, todas relacionadas ao comércio e a pesca, e náo mais à agricultura.
Infelizmente náo tenho fotos, pois no recreio a turma vizinha ao brincar com as maquetes, quebraram todas, o que acarretou em choro, briga, advertências e estresse.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Lili voltou!

É isso mesmo! Minha linda gatinha voltou. Foi literalmente encontrada por minha outra gata, a Zoé, debaixo de um carro. Não está andando e está com problema de megacólon (quando não faz suas necessidades e "entope" tudo. Ela está fazendo lavagem (eca!). Mas vai ficar tudo bem.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Nos idos de 1943 ...

E lá pelos idos de 1943 ... no dia 03 de julho saiu uma imensa matéria no jornal sobre a visita de Getúlio Vargas à Jacarepaguá. Muito provavelmente no dia 02 de julho foi festa em Jacarepaguá, vários empreendimentos governamentais estavam sendo inaugurados e Getúlio Vargas era o grande convidado. Muito mais que convidado era também mestre de cerimônias.
Não era a primeira vez que Getúlio comparecia ao bairro, mas dessa vez levava consigo o progresso, a saúde, as reformas e estradas. Ligava o então distante bairro à vida citadina. Dessa vez houve festejos, homenagens, discursos e fotos oficiais. Todos com Vargas no centro das atenções. Era uma estratégia de angariar o apoio política das massas e se mostrar forte governante. Rodeado de pessoas comuns, ele estava próximo do povo, era o "pai dos pobres".
A reportagem de 1943 é uma entre tantas que contam a visita de Getúlio Vargas à Jacarepaguá. Foram muitas solenidades, quase todas inaugurações de obras públicas, que grandiosas ou não, tornavam-se espetáculos para o povo. Um samba enredo já ensaiado e cantado, mas que mesmo assim encantava  à população.


Texto da manchete sobre a visita de Vargas à Jacarepaguá em 1943, jornal A Noite.


Manchete de 1943 no jornal A Noite.

Retrato de Getúlio Vargas na C.S. Unidos de Jacarepaguá.


Jornal A Noite de 03 de julho de 1943

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Uma gata chamada Lili.

Hoje infelizmente comunico que minha gata Lili, que dá nome ao blog, desapareceu. Está há quase duas semanas fora de casa e creio que não voltará. Lili sempre foi uma gata de rua, mesmo que tentássemos à todo custo domesticá-la. Já houve vezes que ela não retornou para casa, mas nunca nesse intervalo de tempo. Dada às estatísticas das redondezas, creio que Lili não se encontra mais entre nós.

Lili era uma gata linda, carinhosa, meiga e com imensos e brilhantes olhos azuis!
Primeiro: eu fui adotada pela Lili. Ela apareceu aqui em casa com 6 meses grávida, batendo e comendo a comida do meu gato macho e super feminino Minimim. Ela entrava, nós expulsávamos, ela entrava, nós expulsávamos e ficamos nessa dança um bom tempo, até que ela nos olhou com aqueles imensos olhos azuis e fez "méééééééééééééééééé"! Sim, porque Lili nunca miou, ela fazia "méééééééééééé". Com o tempo ela demonstrou ser extremamente carinhosa e carente! Ia com todo mundo, gato, passarinho, vizinho, qualquer pessoa que pudesse fornecer carinho e comida. Uma típica gata de rua.


Lili e seus imensos olhos azuis.

Ela era extremamente carinhosa, mas era impossível prendê-la. Ela gostava de rua. Não era difícil vê-la no meio da praça, deitada às 10 horas da manhã ou ainda vê-la cinco ruas depois da minha perambulando atrás de gato. Mesmo castrada, Lili tinha fome, digamos que insaciável, por você sabe o que. Assim demos vários codinomes: "Piranha, Copélia (em homenagem à personagem do Toma Lá Dá Cá), Geni, entre outros).
Lili teve 5 filhotinhos: Lindinha (que puxou a mãe em tudo, inclusive na "piranhice"), Pretinha (a única que ficou com a gente é a antítese da Lili), Boiolinha (nome politicamente incorreto, mas fazer o que?), e as irmãs gêmulas do mal, que infelizmente faleceram.

Fazendo chamego para câmera.

Primeira foto da Lili!

Me observando enquanto trabalho.

Esperando a hora da ração.

Lili era carinhosa e eu realmente gostava dela. Um programa perfeito era passar a tarde trabalhando em casa com meus gatos, principalmente Lili, me vigiando em cima da cama. Ainda tenho esperanças que ela volte, e que apareça de banho tomado e coleira nova (isso já aconteceu). Até lá sinto falta dos "méééééés".