No mesmo final de semana da "exploração à la Indiana Jones" da Floresta da Pedra Branca. Eu e namorido decidimos ceder às pressões paternas e conhecermos a chamada mata ou Campo de Gericinó, uma das única áreas de lazer da cidade de Nilópolis. Claro que escondidos, porque nunca damos o braço a torcer.
Enfim, tinha passado todo meu sábado em meio à Mata Atlântica cheia de passarinho e árvores enormes, tucanos, preás e outros animais, mas nada havia me preparada para o Gericinó. Era a Savana Africana!

Um sol torrante, estradas de asfalto e mato baixo com algumas esparças árvores. Confesso que agora, depois de muito tempo correndo e humilhando o sedentário namorido, gosto muito do local. Mas naquele momento a única coisa que gostei foi a proximidade com as nuvens.
Em conversas posteriores com meus sogros descobri que o campo nem sempre teve tal vegetação. Que em pouco tempo a área do Parque foi desvatada por queimadas, lixo, uso indevido do local e obras, cujas finalidades são desconhecidas pela maioria. É difícil todo final de semana, único momento que utilizo o local, perceber queimadas e lixo por todo lado.
Quando fomos pela primeira vez, fomos alertados para não irmos para o lado de Mesquita. Que nos restringíssemos à área com asfalto perto de Mariópolis. Fomos em festival de Pipa, de avião com motor, sem festival e de fato, nunca vimos ninguém avançando para o lado de Mesquita. Eis que algumas semanas depois, ocorre o cruel assassinato dos seis jovens no local.
Na eleição recente para prefeito de Nilópolis, vi um poster do atual prefeito tentando a releição enumerando as "incríveis" obras e melhorias que realizou no Parque de Gericinó. Detalhe, no poster parecia outro Parque de tanto que foi utilizado Photoshop.
Uma área que deveria ser o lazer de uma cidade, já tão privada de outros tipos de lazer, não deveria ser mais cuidada? Claro que o governo deveria ter uma participação mais ativa, mas porque a população também não se manisfesta? Porque ao invés, de queimar, depredar, ou simplesmente jogar seus bodes, cabras, gansos e cavalos no Parque, a população não contem essas atividades e preserva minimamente o local. Esse Parque traz uma grande questão: como a população vê, ou deveria ver, uma área pública e preservá-la sustentavelmente. E aqui não falo de técnicas de sustentabilidade, mas de simples educação e amor pelo local de moradia. Criminalidade e devastação são a meu ver consequências da inutilidade que aquela área possui para a grande maioria da população local. Vemos, hoje, um crescimento na cultura eco na sociedade. Mas esse crescimento precisa acompanhar prático e não ser apenas discursivo. O Parque de Gericinó sofre as consequências, ele e todos outros parques e florestas que deveriam ser respeitas e preservadas. Quando o homem vai criar a consciência que sem a natureza, ele não é nada?
Ps: Perdi minhas fotos do campo. Posto aqui uma foto retirada do blog: http://adrianoesporte.blogspot.com.br/2009/06/corrida-e-caminhada-na-baixada.html
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