quinta-feira, 8 de novembro de 2012

De tantas dificuldades, o relaxamento e as mudanças.

Nos últimos tempos, tenho andado instável. Instável temporalmente, psicológicamente, intelectualmente, profissionalmente e principalmente ociosamente. De tantos "mentes", o ócio veio ao meu encontro, meio que na contramão da pista de mão única. Imposto radicalmente para me fazer refletir e refletir sobre o refletir. Parece um pleonasmo, mas é óbvio, que para seres mortais como eu, nada é tão óbvio assim. 

Quantos de nós, realmente pensa sobre o seu pensar? Quantos têm a incrível capacidade de não utilizar o tempo de forma tão racional. Em nosso "tempo", a própria palavra ócio possuí uma conotação tão negativa, quanto a palavra crime. Fui criada em meio ao "não ócio". Desde os meus 10 anos, realizo tal número de atividades que muitos que verdadeiramente me conhecem me chama de workaholic ou "como você consegue fazer tantas coisas?". Recentemente vi um trailer, que como diz Irmã, será "um daqueles filmes que nunca veremos", já que faz parte da franquia enlatado indegustável de Hollywood, cuja enredo se centrava na capacidade feminina de realizar múltiplas tarefas. Acho que o nome do filme era "Como ela consegue?" (o que me faz perguntar, logo de cara, como alguém consegue dar tal título a um filme?). Enfim, a personagem principal, mulher, mãe e executiva, possuía sucesso profissional, amoroso e maternal em meio ao caos de sua vida. Conheço muitas e muitos em tal situação. Eu mesma posso até ser apontada como um desses. E então me veio uma licença e 15 dias para reflexão.
Quero que fique bem esclarecido: odeio refletir sobre qualquer coisa. Sou daquelas do "têm que ser feito, vamos fazer. Se for divertido no processo, melhor ainda!". Ao lado da minha preguiça habitual a qualquer rotina, gosto de realizar múltiplas tarefas. O que deixa Namorido perdidinho no meu mundinho cor de rosa, mas sou assim. Como diz a minha máxima: "Já me comprou assim bebê!".
Quinze dias, poderiam soar a qualquer ouvido como sinos balando ao som de harpas celestiais. No início realmente foram "divinos".  Enfrentei uma fila enooorme para ver meus pintores preferidos no CCBB. Fiz novas amizades em pontos de ônibus, filas, sinais de trânsito e variáveis. Vi pessoas, conheci lugares. Tentei relaxar, encontrar a mim mesma. 
Descobri o quanto é difícil o ócio produtivo. Realmente admiro os pensadores, os filósofos de beira de esquina e boteco. A arte de pensar é algo tão raro e complexo quanto ..... Me desculpem, mas não tenho comparações. Vocês podem estar rindo ou estar achando total verborragia este post, mas ele têm razão de ser nessa forma. Ele é mais uma declaração do que um post em si. Uma declaração de quanto é difícil ser e estar ao mesmo tempo num mundo tão ritmado quanto o nosso. Somos e não somos, ao mesmo que estamos. Esse tipo de pensamento é assustador, quando percebemos que não sabemos quem somos até situações extremas, de confronto ou de não confrontamento, na calmaria ou na tempestade. Acredito que todas as pessoas estão incluídas na regra da teoria da vara, somos 8 ou 80 diante de "situações mil". E entender-se nesse processo é algo tão melódico quanto problemático. Melódico, pois faz você criar a sua própria melodia interna, a sua ordem de cadências e notas. Problemático, pois você pode não gostar da melodia que está sendo criada. E aí vêm a pergunta fundamental: terá você a coragem de mudar?
Se formos totalmente sinceros, teremos a coragem de dizer sim a nós mesmos? Podemos enganar as pessoas e até nós mesmos, mas o tempo e nosso inconsciente não. Se você  for religioso também não irá enganar a Deus. A mudança é algo assustador. Abrir e ultrapassar a porta, sem saber o resultado ou que te espera é para poucos. ainda mais quando a mudança em si é lenta, complexa e gradual. Nós mudamos conscientemente e não. Mudamos para melhor ou para pior e quase sempre nem percebemos. Se você não muda, se nada se transforma na sua vida, então algo está muito errado. Não somos estáticos. A mudança pode ser assustadora, mas ela está ali nos acompanha desde nosso nascimento. Ela é a companheira de todas as horas. Vocês mudou ao nascer, ao andar, ao ganhar seu brinquedo predileto, ao se apaixonar pela primeira vez, ao transar com a pessoa amada, ao trabalhar ontem. Estamos sempre mudando. Então para onde estamos indo? 
Sigo um blog que gosto muito, em parte porque ele fala dessas mudanças individuais e complexas. Eieiei com Canela demosntra claramente isso: as mudanças diárias e internas individuais.
Ainda estou "relaxando", sigo refletindo sobre minhas mudanças passadas e atuais. Estou tentando responder "terei coragem de mudar?", "onde preciso mudar?", e mais importante "estou gostando da experiência?". Uma coisa é certa: mudanças sempre virão, sempre precisarão serem feitas. Então vamos lá! Se for divertido no processo, melhor ainda! Certas coisas mudam nunca. 

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