Um blog para todos aqueles interessados em gatos, dança, história e assuntos diversos.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Nova vida, novo amor, novos problemas e quase balsaquiana
Depois de muito pensar, repensar e lembrar dos apelos de meus ex-alunos decidi retomar o blog. Muita coisa aconteceu, muita coisa mesmo. Principalmente depois de ontem com meu ataque de fúria com meus bebelos. que terminou numa choradeira só, meu cabelos cortados aleatoriamente e medo de olhar no espelho. Mas vamos por parte.
Número um: Me mudei. Sim saí de casa para uma simpática casinha de quarto e sala, numa vilazinha no bairro do Riachuelo. Depois de dois meses, Jones veio morar comigo. Ou seja, me apaixonei perdidamente pelo simpático carinha "nordestino" que faz faculdade de química.
Número dois: Estou prestes a me mudar de novo para Duque de Caxias fugindo do aluguel.
Número três: Zoé me abandonou e me trocou pela minha mãe. Snif snif.
Número quatro: Pela primeira vez cortei os cabelos bem curtinho (num salão), mas cresceram.
Número cinco: Me irritei e cortei na faca (vejam como está difícil de aceitar pois falo isso pela segunda vez).
Número seis: Entrei como professora contratada no colégio Pedro II e encontrei os adolescentes mais bacanas que conheci.
Número sete: Saí do Pedro II.
Número oito: Entrei no doutorado.
Sim, muitas coisas aconteceram. E creio que terei de fazer vários posts para comentar sobre elas. Mas hoje vamos nos deter no primeiro quesito. Morar sozinho. Veja, eu nunca morei sozinha. Mamãe sempre esteve ali limpando as coisas e Irmã comprava o pão. Mesmo agora eu não moro sozinha! Jones se instalou na minha casa, uma semana depois que recebi alguns móveis. O que posso dizer é que casar não é fácil. Você pode estar com a pessoa mais fantástica do mundo, mas você vai odiar a quantidade de sabão que ele usa pra lavar a roupa, o jeito que dobra a roupa, e os horários inconvenientes que usa o banheiro.
Jones é o cara mais legal do mundo (e já estamos um bom tempo juntos). Muito calmo e prestativo. Lava, cozinha e passa. É meu empregado doméstico. A vizinha vive dizendo que ganhei na loteria. Mas o que aprendemos quando casamos? Que o pior inimigo somos nós mesmos. Não adianta a pessoa ser perfeita e se tu é um mala do convívio. Eu descobri o pior em mim. Descobri que ao contrário do que minha mãe pensa eu sou maníaca por arrumação, principalmente quando a bagunça é do outro. Descobri que sou viciada em desinfetantes. Limpo em meio a devaneios químicos. Descobri que adoro brigar por mínimos detalhes. Em só comentar sobre os deslizes caseiros do outro. E quando Jones faz alguma maravilha digo "não fez mais que a obrigação". Depois de muito refletir tenho tentado frear esse meu lado dark. Logo eu pessoa tão pacífica e flexível ... Acredito que Jones seja masoquista.
Já falei que Jones faz bolos? Conquistou Papai pela barriga. Feito e tanto! E como sempre minha fama de má cozinheira aumentou. Mamãe não acredita que sobrevivo com almoços. Na verdade, percebi que ela só ficou mais relaxada quando descobriu que Jones cozinha aqui em casa. São bolos, carnes assadas, feijões, frango com batatas, peixes, saladas que estou pensando seriamente em levá-lo ao MasterChef Brasil.
Jones só tem um problema sério. Ele adoro quebrar meus copos. Veja, eu comprei um monte de copos grossos na cor do arco-íris (dica: R$25,99 na Leader Magazine aqui do Rio de janeiro). Os copos são grossos feitos para não quebrarem com facilidade. Quebrou todos. Eu nem vi. Ele fica na surdina esperando que nunca perceba.
Mas voltando ao quesito morar sozinho de aluguel, você descobre que existe dois personagens muito importantes na vida de jovem independente: o proprietário e a vizinha idosa. O primeiro, você irá detestar com todas as forças. Ele é o cara que pega metade do seu salário todo início do mês e demora séculos para consertar qualquer coisa que quebre na residência. Cara de bicheiro e 171 toda vida. O segundo personagem é do tipo ame-o ou deixe-o. Ou você o incorpora a sua filosofia de vida, ou meu amigo, se mude. Note: tenho três vizinhas idosas e todas sabem tudo o que acontece entre a crosta terrestre e a estratosfera da minha vida antes de mim.
Outra coisa fantástica é quando seus novos parentes, os do seu marido no caso, aparecem para visitar. Notem: minha família é muito reservada, falam baixo e só conversam entre eles. A família do Jones não, você os escuta chegando na esquina da rua. Dão palpites inconvenientes, falam alto, soltam risadas e comentários preconceituosos com a sutileza de um peido de rinoceronte numa lagoa calma da savana africana. Todo mundo ouve. A confusão foi tanta quando vieram aqui da última vez que uma das minhas vizinhas idosas pediu arrego e foi dar uma passeada. Me sinto naquele filme "Casamento Grego", a família dele super sem graça e a dela explodindo de felicidade. Detalhe: nossas famílias não se conhecem ainda. Quando acontecer conto em primeira mão com pseudônimos e a frase "baseado em fatos reais". Segurem a pipoca.
Agora chega. Jones acabou de descobrir um aplicativo de celular que só toca músicas do anos 80 e não sabe dar play. Já falei que odeio o celular do Jones?
PS.: Daqui há dez dias faço 30 anos. Esperando para ver qual o presente que o Jones vai me dar. Se ele errar estou pensando em pegar a peixeira da minha mãe. Ela vai ficar orgulhosa de mim.
Assinar:
Postagens (Atom)